sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

É já em Março de 2010! OUVIR O FALAR DAS LETRAS no ISPA como 1º Curso Avançado: "O CONTO COMO MEDIADOR DO DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL"


O projecto "Ouvir o Falar das Letras" bem como toda a sua dinâmica e amadurecimento vai ser partilhado num 1º Curso Avançado intitulado: "O CONTO COMO MEDIADOR DO DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL" a decorrer no Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA) com inicio em Março de 2010. A Drª Teresa Sá* será, em coordenação comigo, formadora nesta acção.

OBJECTIVOS
- Identificar as potencialidades expressivas, mediadoras e transformadoras do conto para o desenvolvimento psico-afectivo e social;
- Aprofundar os contributos das Teorias Psicológicas, Psicologia do Desenvolvimento, Psicanálise e Psicologia de Grupo como fundamentação para o uso do conto no trabalho com grupos;
- Dar a conhecer e ajudar a construir quadros, metodologias e materiais para a intervenção terapêutica/pedagógica com grupos, utilizando o conto como mediador;
- Dar a conhecer um projecto de intervenção com crianças, pais e educadores, utilizando o conto infantil como mediador e espaço continente para o desenvolvimento emocional: Ouvir o Falar das Letras;
- Elaborar e implementar uma intervenção com grupos utilizando o conto como mediador.

CONTEÚDOS

1º momento

- O potencial generativo do conto para o desenvolvimento. Conto infantil e
Desenvolvimento psico-afectivo da criança (4h);
- Utilização terapêutica do conto e do conto infantil (4h);
- Idades do homem/crescimento humano: angustias, tarefas e desafios (3h);
- Grupos de palavra e co-pensamento: quadro e condições de funcionamento (3h);
- Selecção e análise de contos (3+3);
- Apresentação detalhada do enquadramento teórico, metodologias e materiais do
projecto Ouvir o Falar das Letras (3+3+3);

2ºmomento
- Construção e implementação de projectos de intervenção com grupos, utilizando o
Conto como mediador (3 +3+3+3);

3º momento
- Apresentação, discussão e co-reflexão dos projectos implementados (3+3+3).

DESTINATÁRIOS
Alunos finalistas de Psicologia, Psicólogos; Psicoterapeutas (com uma análise ou psicoterapia terminada ou em curso)


Mais informações clique aqui.


*Psicanalista, Mestre em Psicologia Clínica do Desenvolvimento, Docente na Escola Superior de Educação de Santarém e animadora de grupos Balint/Psicanálise e Educação

terça-feira, 6 de outubro de 2009

O recomeço...




A entrada num novo ano lectivo e a necessidade de reformulações e reajustamentos de calendarizações exige tempo e algum trabalho extra. Eis que o Ouvir o Falar das Letras retoma as rédeas do novo ano e surge com novos projectos que serão divulgados em breve.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

A Rainha das Cores




É muito interessante o poder de três cores (azul, vermelho e amarelo) no livro da Rainha das Cores de Jutta Bauer. Torna-se inquestionávelmente rica a dança do conteúdo narrativo com o simbologia emocional das cores e das emoções. Ser-se rainha das cores é um abuso de poder, é assumir um cargo de risco pois se as cores se soltam de uma forma descontrolada a coisa fica cinzenta... Senti-me tentada a fazer a ponte com António Damásio* e com os três tipos de emoções que fala: as de fundo, que são mais vagas, como o entusiasmo ou o desencorajamento, as primárias, que são mais pontuais, como a tristeza, o medo, a raiva ou a alegria, e as sociais, que são um resultado sócio-cultural, como a compaixão, a vergonha ou o orgulho. Surgiu-me entretanto uma questão: E se juntássemos o António Damásio e a Rainha das Cores? Certamente haveria muito para pensar e descobrir.

*Médico neurologista e investigador português, promoveu a criação de uma importante unidade de investigação para o conhecimento da actividade cerebral e suas relações com a memória, linguagem, emoções e os mecanismos de decisão. Trata-se de um dos principais laboratórios de neurociências cognitivas - relação cérebro-mente - do mundo científico.

Livro: Bauer J. (2002) "A rainha das cores". Cobra Laranja

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Um Contador...

“Contar histórias é uma das mais belas ocupações humanas (...) Todas as outras ocupações humanas tendem mais ou menos a explorar o homem; só essa de contar histórias se dedica amorosamente a entretê-lo, o que tantas vezes equivale a consolá-lo.” Eça de Queiroz (2000)

Tese defendida!


A tese de mestrado em Educação e Leitura, da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa, com o título "O conto infantil como mediador e contentor ao longo do desenvolvimento: Estudo de caso "Ouvir o Falar das Letras" - está defendida! Teve como júri a Professora Violante Magalhães, o Professor Justino Magalhães e a Professora Teresa Fagulha. Reuniram-se as áreas da literatura, educação e psicologia fazendo jus à pluridisciplinariedade deste projecto.
O "Ouvir o Falar das Letras" foi muito bem recebido pelo júri que o congratulou com uma apreciação deveras positiva: Muito Bom!
Esta tese valoriza o projecto que está a ser desenvolvido e dá uma sustentação teórica às suas bases. Pondera-se uma possivel publicação pelo que, caso seja realizada, será igualmente divulgada neste blog. Brindo convosco!

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Próximo encontro de pais - Os medos


Os encontros de pais são sem dúvida uma mais valia para a reflexão grupal, para que possamos esclarecer emoções e pensamentos que julgamos só nossos. A partilha de temas e de simbologias através do conto permite alcançar esse espaço interno. Iremos pensar nas crianças que fomos, nos adultos que somos e nas crianças que temos.
A criança não cresce nem se desenvolve harmoniosamente, senão quando se sente segura. É uma necessidade vital, arcaica. O medo é interessante na medida em que, sendo normal se separa do patológico por uma linha bem fina.- "Todos os homens têm medo. Todos. Aquele que não tem medo não é normal"como escreve Sartre em Le Sursis.
in Béatrice Copper-Royer "Os medos das crianças - Medos, Angústias, Fobias na criança e no adolescente".

sábado, 9 de maio de 2009

Venham a Cascais! Sábado dia 16!

Sábado, dia 16 de Maio, o Ouvir o Falar das Letras irá estar na Biblioteca do Parque Marechal Carmona com o conto: Não dormes pequeno urso?
Falaremos sobre o medo do escuro, o lado contentor do adulto, a importância da serenidade na desmistificação dos medos e claro a beleza da noite.

Inscrições: 214815326/27

Waddel, M. & Firth, B. (2001). "Tu ne dors pas petit ours?"(Não dormes, pequeno urso?). Lutin Poche. Paris

Será Jácome, de Estranhões e Bizarrocos, na Ler Devagar?

Ao visitar a Ler Devagar na LX Factory deparei-me com Pietro, um italiano muito simpatico que constroi invenções fabulosas que dão vida à sua reforma e agora a este espaço. Cada objecto respira, incontestavelmente. O modo como as diversas peças, motores, relógios, caixas de música, pianos, roldanas, tubos e frascos de aftershave interagem uns com os outros, tornam cada invenção um ser vivo, cheio de histórias e simbologias. Quando o inventor fala destes seus seres os olhos brilham e as palavras adoçam as descrições que faz. Senti como se Pietro tivesse saltado do conto de José Eduardo Agualusa: Estranhões Bizarrocos e outros seres sem exemplo. Parece que estamos perante Jácome o inventor de coisas impossíveis. Enviei o conto a Pietro e ele respondeu-me da seguinte maneira: "O conto é absolutamente fantástico, e eu fiquei cheio de orgulho em ter sido comparado ao Jácome. Penso que associar as minhas invenções a um nome tão conhecido como o escritor José Eduardo Agualusa seja uma honra demasiado grande para mim, todavia envio duas fotos dos meus objectos."


As fotografias não permitem que ouçamos a sua respiração. Leiam ou releiam o conto de Agualusa e vão vê-las. Confirmem lá se não é ele... o Jácome.


terça-feira, 21 de abril de 2009

Alexander and the Wind-Up Mouse




Atelier do OFL com base no Livro de Leo Lionni: Alexander and the Wind-Up Mouse; destinguido com Caldecott Honor book em 1970.
A amizade é sem dúvida um tema que prevalece nos encontros destes dois ratos. Um é de corda e amado por todos, o outro é demasiado rato para gostarem dele. Eis que percebem as mais valias de se ser um, ou outro, em momentos diferentes da vida. A amizade traz reviravoltas muito positivas nas suas vidas. As crianças entregaram-se por completo a este enredo e terminei-o sempre com alguém a pedir: "Conta outra vez..."
É sem dúvida um conto muito bonito.

sábado, 18 de abril de 2009

Ouvir o Falar das Letras com adultos


O Ouvir o Falar das Letras com adultos remete para uma reflexão e encontro que se traduz num reforço de relações e de estima pessoal muito relevante bem como, numa troca significativa de anseios , angustias e até mesmo descobertas e aprendizagens com sucesso. Poder colher frutos da árvore que somos e poder partilhar com os outros o sabor do que fizemos crescer é algo muito salutar e muito sublinhado nestes momentos. Os autores que se seguem nomearam alguns dos pontos que considero estarem presentes neste trabalho.


Waples, Berelson e Bradshow (in Pérez-Rioja, J. 1986) * formularam 5 hipóteses básicas sobre os efeitos da leitura o que parece aproximar-se das dinâmicas que são desenvolvidas junto dos adultos: 1º o efeito instrumental através do qual se conhece melhor um problema prático e se adquire formas e meios para resolvê-lo; 2º Efeito de prestigio através do qual se mitiga um complexo de inferioridade ao ler algo que se opõe ou que realça a nossa própria opinião; 3º Efeito de consolidação através do qual se reforça uma atitude ou adopta outra distinta perante temas discutidos; 4º Efeito estético através do qual se obtém uma experiência estética ou artística através da leitura de uma obra literária; 5º Efeito de alívio através do qual se mitiga as tensões interiores ao ler algo com prazer, agradável ou relaxante.

*Piérez-Rioja, J. (1986). Panorámica historica y actualidade de la lectura. Biblioteca del livro. Fundacion German Sanchez Ruiperez. Madrid

Contadora de histórias




Sinto que enquanto psicóloga/narradora/mediadora enriqueço a contadora de histórias que sou... Enriqueço-a no sentido de a responsabilizar pelo acto de pensar, de acordar emoções, de as conter...



“Eu considero o contador como um artista, um criador, um poeta. É um mago, um ilusionista, um evocador de imagens que fazem surgir um universo poético pela sua presença. Ele abre a porta do imaginário, ele realiza um brecha no racional, no banal. Ele permite ao seu auditório de se evadir do seu quotidiano, dos hábitos e das preocupações materiais. Ele pode abrir os olhos sobre o mundo, trazer um ponto de vista crítico e profético sobre os tempos presentes e os que hão-de vir. É um passador/barqueiro por terras do desconhecido, ele faz ecoar em nós os ecos profundos esquecidos, refugiados/evadidos às vezes na infância” (Cazaux, 1993)*



* Cazaux, H. (1993). O conto é bom in revista Se former +/pratiques et aprentissages de léducation . Março – S24

domingo, 22 de março de 2009

OFL e os Encontros de Pais

Objectivo:
- Proporcionar a troca de vivências e experiências enquanto pais;
- Sublinhar a importância do conto infantil enquanto mediador da abordagem de diferentes temáticas e emoções
- Permitir o usufruto de um espaço de reflexão teórica sobre temáticas que façam parte do desenvolvimento infantil.

Encontro: Após a leitura e expressão dramática de contos, dá-se lugar a uma reflexão em grande grupo acerca de uma temática sugerida pelos pais ou pela própria instituição. No exemplo que se segue foi explorado o seguinte tema: "A importância de pais seguros e protectores para o desenvolvimento saudável de uma criança".


1º momento: Recepção aconchegante (chá e biscoitos). Pequena dinâmica de grupo de forma a melhorar a capacidade de comunicação entre os participantes bem como para soltar a capacidade criadora estimulando a reflexão e o respeito pelas diferenças individuais dos diversos elementos do grupo.

2º momento: Leitura e expressão dramática de Contos (itinerários de leitura permitindo uma intertextualidade entre contos)



3º momento: Reflexão sobre os contos e troca de vivências- Breve abordagem teórica sobre o assunto com entrega de frases reflexivas ao longo do diálogo com os pais.


*Estas fotos correspondem ao encontro que decorreu em 2 dias (com 2 grupos) na Creche Popular de Moscavide no Clube de Pais
Outros temas que o OFL tem explorado, ou pode explorar, com grupos de pais:
- Os amigos acima dos bens materiais;
- A importância de reforçar a autonomia e a independência numa criança;
- Os irmãos, a rivalidade fraterna e as questões face ao amor dos pais;
- A importância de pais seguros e protectores para que as crianças se desenvolvam de um modo saudável;
- A importância de parar para dizer o quanto se gosta ( a importância das palavras doces);
- As zangas dos filhos;
- As frustrações da vida, a importância de as vivermos para que as possamos ultrapassar;
- A importância de valorizarmos "guardar alguém ou alguma coisa dentro de nós", assim ficará connosco para sempre;
- Poder ser diferente, a necessidade de adaptação e a importância das pessoas significativas nessa tarefa;
- Falar dos medos para poder crescer seguro.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

OFL com as Educadoras


Este mês o encontro foi realizado com o livro postado em baixo, cujo título é:
A incrivel história da menina pássaro e do menino terrivel
Eis um excerto das trocas férteis e ricas que se fazem nestes ateliers:
(...)
- O que está por trás do terrível... podemos pensar sobre isso, muitos são meninos tristes e tentam compensar essa tristeza.
- Aqui também se fala do hábito, do rótulo. Ou seja, depois de ouvir que era terrivel o menino fica mesmo terrivel, o peso do rótulo que ao fim ao cabo está presente na vida.
(...)
- Este livro fala também de aprender a amar. Esta criança esteve atenta aos sinais para depois amar. Nós (educadoras) também fazemos isso quando estamos predispostas a ouvi-los.
- É engraçado que para além do menino sentir a necessidade de procurar os tais sinais, também sentiu a necessidade de se identificar com a menina pássaro, tenta falar uma mesma linguagem.
(...)
- Também é importante colocarmo-nos do lado desta mãe, se calhar também nunca foi amada, logo como é que pode amar?
(...)
- Nós podemos ser referências positivas na vida das crianças, também não somos super mulheres... mas o facto de reflectirmos faz com que reformulemos.
(...)
Estes ateliers são um momento de encontros internos, de relação individual e grupal, de trocas, de contenção de ansiedades, de partilha de afectos.
Como mediadora destes encontros também me sinto permeável às emoções que são ali trabalhadas, sinto a importância do espaço para si próprias enquanto educadoras, enquanto mulheres, enquanto pessoas.
Obrigado Ana, Anabela, Cristina e Maria João (Educadoras da APIA*)por partilharem comigo este momento.
*Este atelier é desenvolvido mensalmente na Associação de Protecção da Infância da Ajuda (APIA) bem como na Creche Popular de Moscavide



quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

OFL no Projecto Itinerâncias

A DGLB, pelo terceiro ano consecutivo, abraçou o Ouvir o Falar das Letras no Projecto Itinerâncias para 2009. Fica assim aberta mais uma possibilidade de nos encontrarmos nas bibliotecas de Portugal . Espero publicar brevemente os locais onde decorrerão os ateliers.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Meninos(as) terríveis





Existem muitos meninos(as) terriveis... porquê? Saberão amar? Será que souberam amá-los?
Eis um conto que nos transporta para o âmago do "não ser amado" para o "aprender a amar"...
De acordo com Ainsworth,* só com base na confiança, na segurança, na acessibilidade e na disponibilidade das figuras de apoio e protecção é que se estabelecem laços de vinculação e se pode explorar o mundo que nos rodeia. Na minha perspectiva este livro fala-nos um pouco sobre estes processos, estes laços tão significativos que nos fazem crescer e ser (ou não) meninos(as) terriveis.

Conto: Castagnoli, A. e Janssen, S (il)(2008) A incrivel história da menina pássaro e do menino terrivel. OQO

*Guedeney, N & Guedeney, A. (2004) Vinculação - Conceitos e aplicações. Climepsi. Lisboa